Furacão Melissa: sobe para 49 número de mortos por 'tempestade do século' no Caribe, que avança para as Bermudas
31/10/2025
(Foto: Reprodução) Veja rastro de destruição deixado pelo furacão Melissa na Jamaica
Subiu para 49 o número de mortos por conta da passagem do furacão Melissa por países do Caribe, segundo balanço dos governos locais. Nesta sexta-feira (31), o fenômeno, que alcançou a categoria 5 e foi chamado de "tempestade do século", avançava nas proximidades das Bermudas.
➡️ A maior parte das mortes, 30 delas, ocorreu no Haiti, país que não foi atingido diretamente pelo furacão, mas sentiu o efeito dele com ventos fortes e tempestades. Dez crianças estão entre os mortos, na cidade de Petit-Goâve, no sul do Haiti, onde um rio transbordou.
Estradas, casas e plantações também foram danificadas pelas chuvas. Outras 20 pessoas estavam desaparecidas nesta sexta, ainda de acordo com o governo local.
➡️ As outras 19 mortes foram registradas na Jamaica, onde o furacão foi o mais potente da história do país e causou mais estragos. A tempestade deixou centenas de milhares sem energia elétrica, arrancou telhados de prédios e espalhou destroços pelos campos.
As Forças Armadas da Jamaica convocaram reservistas para ajudar nas operações de socorro e resgate.
➡️ Em Cuba, o Melissa não deixou mortos, mas devastou parte da ilha.
➡️ A tempestade se encaminhava para as Bermudas nesta sexta como furacão de categoria 2 e ganhando mais velocidade novamente. No entanto, meteorologistas não preveem grandes estragos nas ilhas no nordeste do Caribe.
O Melissa segue uma trajetória em direção ao norte do Atlântico e não tem previsão para tocar o solo nos Estados Unidos.
📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça
✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Avião caça-furacões durante turbulência extrema ao sobrevoar furacão Melissa
Reprodução
O Melissa atingiu o sudoeste da Jamaica na terça-feira (28) como um furacão de categoria 5, o mais forte da história a atingir diretamente o país caribenho, e o primeiro grande furacão a tocar o solo no país desde 1988.
A velocidade dos ventos superou com folga o mínimo exigido para a categoria mais alta de furacões. Meteorologistas da AccuWeather disseram que Melissa ficou empatada em segundo lugar entre os furacões mais fortes já registrados no Atlântico, em termos de velocidade do vento, no momento em que atingiu a terra.
A empresa estimou entre US$ 48 bilhões e US$ 52 bilhões em danos e perdas econômicas em toda a região oeste do Caribe.
Melissa também atingiu o leste de Cuba, onde cerca de 735 mil pessoas foram evacuadas; até quinta-feira, não havia registro de mortes, apesar de grandes danos a casas e plantações.
À meia-noite desta sexta (31), Melissa era um furacão de categoria 2, a 264 km a oeste de Bermuda, com ventos máximos sustentados de 161 km/h, segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA.
Os moradores de Bermuda permaneceram calmos, já que a tempestade não passaria muito perto da ilha. As autoridades informaram que fechariam a ponte principal na noite de quinta-feira e suspenderiam as aulas e os serviços de balsa na sexta, “por precaução”.
Nas Bahamas, que Melissa atravessou na noite de quarta-feira, os alertas de tempestade foram suspensos, mas ainda não foi dado o “tudo limpo”. Um funcionário disse que as autoridades decidiriam até sábado se seria seguro para os evacuados voltarem para casa.
LEIA MAIS
Entenda o que causou o furacão Melissa, o mais forte já registrado na Jamaica
'Caçadores de furacão' sobrevoam Melissa e avião chacoalha ao enfrentar turbulência extrema; VÍDEO
Ajuda humanitária imediata
Imóveis destruídos e danificados na região de Santa Elizabeth, no sudoeste da Jamaica, após a passagem do furacão Melissa em 28 de outubro de 2025.
AFP
Cientistas afirmam que furacões estão se intensificando mais rapidamente e com maior frequência devido ao aquecimento das águas oceânicas causado pelas emissões de gases de efeito estufa. Muitos líderes caribenhos têm pedido que nações ricas e grandes poluidoras ofereçam reparações na forma de ajuda financeira ou alívio da dívida.
Apesar de a ONU ter criado em 2023 um fundo para que países em desenvolvimento tenham acesso rápido a recursos de emergência diante de eventos climáticos extremos, as doações ainda estão muito abaixo do necessário.
A AccuWeather afirmou que Melissa foi o terceiro furacão mais intenso já observado no Caribe, além de ser o mais lento, o que ampliou os danos nas áreas atingidas.
Equipes de busca e resgate dos EUA estavam a caminho da Jamaica nesta quinta-feira para ajudar nos esforços de recuperação, informaram as autoridades jamaicanas.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse que os Estados Unidos estavam prontos para oferecer “ajuda humanitária imediata” ao povo de Cuba, um antigo adversário político de Washington.
As autoridades cubanas, que enfrentaram o impacto de Melissa como furacão de categoria 3 durante a noite, disseram estar “aguardando esclarecimentos sobre como e de que forma os EUA pretendem oferecer ajuda”.
Pelo menos 241 comunidades cubanas permaneciam isoladas e sem comunicação na quarta-feira, após a passagem da tempestade pela província de Santiago, afetando cerca de 140 mil moradores.
Os habitantes de Santiago, segunda maior cidade de Cuba, começaram a voltar para reparar suas casas. As autoridades haviam evacuado 735 mil pessoas para abrigos fora da rota do furacão e transferido turistas dos cayos do norte para hotéis no interior.
Imóveis destruídos e danificados na região de Santa Elizabeth, no sudoeste da Jamaica, após a passagem do furacão Melissa em 28 de outubro de 2025.
AFP