Indiferente a ameaças de Trump, Putin vai continuar guerra na Ucrânia até ter exigências atendidas pelo Ocidente

  • 15/07/2025
(Foto: Reprodução)
O presidente russo Vladimir Putin participa de reunião com o ministro das Relações Exteriores iraniano Abbas Araqchi, no Kremlin, em Moscou, na Rússia, em 23 de junho de 2025. Sputnik/Alexander Kazakov/Pool via Reuters O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não se abalou pelas ameaças de Trump por sanções severas contra o país, e pretende continuar a guerra na Ucrânia até que o Ocidente aceite negociar o fim do conflito com base em seus termos, disseram três fontes próximas ao Kremlin à agência de notícias Reuters. Segundo as fontes da agência, a exigências territoriais de Putin —que atualmente são de anexar cerca de 20% do território ucraniano— também podem crescer à medida que as forças russas avançam no território ucraniano. Outras exigências da Rússia incluem o desarmamento da Ucrânia e a promessa de que a Otan não se expanda mais para o leste. Veja todas elas mais abaixo. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Na segunda-feira, Trump ameaçou aplicar tarifas de 100% à Rússia e a seus aliados econômicos caso o governo russo não alcance um acordo de paz na Ucrânia no prazo estabelecido (leia mais abaixo). O presidente americano afirmou em entrevista à emissora britânica BBC divulgada nesta terça que "ainda não desistiu do Putin", apesar de estar "decepcionado" com ele. Dicas sobre a interpretação de Putin sobre as ameaças de Trump apareceram nas reações de diversas autoridades russas nesta terça-feira, que ganharam destaque nas agências estatais do país. Seu aliado, o vice-presidente do Conselho de Segurança, Dmitry Medvedev, disse que "a Rússia não se importa". Já o Kremlin chamou a fala de "séria". As condições russas para o fim cessar-fogo definitivo no conflito, delineadas em um memorando entregue à Ucrânia em junho, são as seguintes, segundo as agências estatais russas Tass, Interfax e RIA Novosti, e as fontes da Reuters: Reconhecimento da Crimeia, Lugansk, Donetsk, Zaporizhzhia e Kherson, regiões ocupadas atualmente pelas tropas russas, como território da Rússia; Retirada completa das tropas ucranianas desses territórios; Interrupção de fornecimento de armas e de inteligência militar do Ocidente à Ucrânia; Realização de eleições na Ucrânia; Limitação do Exército ucraniano, tanto na quantidade de tropas quanto de armas; Proibição da Ucrânia de ter armas nucleares e de abrigar esses armamentos em seu território. Trump e Putin Reuters A Ucrânia e países aliados do Ocidente já afirmaram considerar esses termos inaceitáveis. Países da União Europeia acreditam que Putin expandirá sua investida militar caso consiga ganhos territoriais na Ucrânia. Autoridades europeias, como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, afirmaram que a Rússia poderia testar a cláusula de proteção mútua do tratado militar até 2030 —alegação que o governo russo nega. As três fontes russas, com conhecimento das discussões internas no alto escalão do Kremlin, afirmaram que Putin não encerrará a guerra sob pressão do Ocidente, e que as ambições russas são muito mais importantes que qualquer perda econômica decorrente disso. “Putin acha que ninguém se envolveu seriamente com ele nos detalhes de uma paz na Ucrânia — nem mesmo os americanos —, então ele continuará até conseguir o que quer”, disse uma das fontes à Reuters, sob condição de anonimato devido à sensibilidade do tema. Putin, que invadiu o território da Ucrânia em fevereiro de 2022, acredita que a Economia russa e suas Forças Armadas são fortes o suficiente para resistir a quaisquer novas medidas ocidentais, segundo as fontes da Reuters. O chanceler russo, Sergey Lavrov, disse nesta terça não ter dúvidas de que a Economia do país conseguirá lidar com as novas sanções prometidas por Trump, caso elas sejam aplicadas. Apesar de várias ligações telefônicas que teve com Trump e das visitas à Rússia do enviado especial dos EUA Steve Witkoff, Putin acredita que ainda não houve discussões detalhadas sobre os fundamentos de um plano de paz, segundo essa fonte. “Putin valoriza a relação com Trump e teve boas conversas com Witkoff, mas os interesses da Rússia estão acima de tudo”, afirmou. Tanto Peskov quanto Ryabkov reafirmaram que a Rússia está pronta para uma nova rodada de negociações diretas pelo fim da guerra na Ucrânia, porém falas como essa sempre trazem subentendida a necessidade de que os requisitos acima sejam totalmente contemplados. LEIA TAMBÉM: BOMBARDEIO? Trump consultou Zelensky sobre capacidade da Ucrânia de atacar Moscou, diz jornal ENTENDA: por que ameaça de taxar Rússia em 100% representa 'reviravolta dramática' PATRIOT: mais avançado do mundo e 'provocação' à Rússia: conheça o sistema de defesa aérea que Trump vai enviar à Ucrânia Ameaça de taxas à Rússia e aliados, e armas à Ucrânia Trump ameaça 'tarifas severas' à Rússia caso não haja cessar-fogo na Ucrânia em 50 dias Trump disse na segunda-feira que, caso não haja um cessar-fogo na guerra da Ucrânia em até 50 dias, aplicará tarifas de 100% à Rússia e seus aliados econômicos, além dos valores já atualmente aplicados. O presidente americano também anunciou uma nova leva de armas à Ucrânia, selando a retomada em força total da aliança com o país. "Estamos muito, muito insatisfeitos (com a Rússia), e vamos aplicar tarifas muito severas se não alcançarmos um acordo (de cessar-fogo) em 50 dias", disse Trump, durante reunião com o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, na Casa Branca. No encontro com Rutte, Trump também disse que o comércio é "excelente para resolver guerras" para justificar o aumento das tarifas à Rússia que ele ameaçou aplicar. Logo após a guerra da Ucrânia começar, em março de 2022, os EUA aplicaram um amplo pacote de sanções econômicas à Rússia, o que praticamente inviabilizou o comércio de bens e mercadorias entre os dois países. Em 2024, o comércio entre EUA e Rússia chegou a US$ 3,5 bilhões, segundo o Escritório do Representante Comercial dos EUA. No encontro, Trump disse também que enviará uma nova leva de armamento às tropas ucranianas, selando a retomada das ajudas dos EUA a Kiev, com quem teve desavenças ao longo deste ano. No fim de julho, o Pentágono chegou a anunciar a suspensão do envio de mísseis de defesa aérea e munições de precisão. Nesta segunda, como havia dito no domingo (13), Trump reafirmou que enviará a Kiev mais sistemas antimísseis Patriot, o poderoso e avançado "escudo" do Ocidente cujo uso na Ucrânia é considerada "uma provocação" pelos russos. Nesta segunda, Trump não só reafirmou que enviará sistemas de defesa aérea Patriot -- que caçam e destroem no ar mísseis e drones russos -- como também disse que mandará, por meio da Otan, baterias para lançamento do sistema, o que agiliza seu uso por tropas ucranianas. "Teremos alguns chegando muito em breve, dentro de alguns dias... alguns países que possuem Patriots farão a troca e substituirão os Patriots pelos que já possuem. É um complemento completo Mudança de rumo Mark Rutte e Donald Trump Kevin Dietsch/Getty Images/AFP Os anúncios de Trump na segunda-feira indicaram também como o presidente americano mudou sua rota política na guerra da Ucrânia. Desde que assumiu sua segunda gestão à frente da Casa Branca, em janeiro de 2025, Trump vinha indicando uma aproximação com Vladimir Putin, com quem chegou inclusive a ensaiar um acordo de cessar-fogo sem a presença da Ucrânia nas negociações. Em fevereiro, ao receber o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para uma reunião na Casa Branca, Trump disparou contra o ucraniano: diante da imprensa mundial no Salão Oval, bateu boca e levantou a voz com Zelensky, a quem acusou de querer incitar uma Terceira Guerra Mundial. Após a confusão, a reunião entre os dois chegou a ser cancelada, e Zelensky deixou a Casa Branca antes da hora. Em paralelo, o norte-americano chegou a elogiar Vladimir Putin, mas, aos poucos, começou a demonstrar decepção com o líder russo, após Moscou recusar diversas vezes condições impostas por Washington para um cessar-fogo na Ucrânia. Recentemente, Trump chegou a chamar Putin de inútil e tem criticado bombardeios russos à Ucrânia. Após as declarações de Trump, Kaja Kallas, a chefe da diplomacia da União Europeia, disse a jornalistas que estava satisfeita com a postura mais rígida do presidente dos EUA em relação à Rússia, mas que um ultimato de 50 dias para punir Moscou era "muito longo": "É muito positivo que o presidente Trump esteja adotando uma postura firme contra a Rússia. Por outro lado, 50 dias é um tempo muito longo se considerarmos que estão matando civis inocentes todos os dias". Vídeos em alta no g1

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/ucrania-russia/noticia/2025/07/15/indiferente-ameacas-trump-putin-vai-continuar-guerra-ucrania.ghtml


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