Venezuela diz ter detectado cinco caças dos EUA perto da costa do país
02/10/2025
(Foto: Reprodução) Governo Trump manda 10 caças de guerra para o Caribe e aumenta a tensão com a Venezuela
Jornal Nacional/ Reprodução
A Venezuela afirmou nesta quinta-feira (2) que cinco caças americanos se aproximaram da costa do país. O anúncio acontece em meio a uma escala de tensões entre Caracas e os Estados Unidos, além de operações militares americanas contra o tráfico de drogas no Caribe.
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Em declarações na televisão estatal, o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, disse que o sistema de defesa aéreo venezuelano "detectou mais de cinco vetores", que definiu como "aviões de combate".
Os Estados Unidos mobilizaram, há quase um mês, 10 aviões F-35 em Porto Rico, como parte das manobras, que também incluem a mobilização de oito navios de guerra. O presidente Nicolás Maduro qualificou a mobilização como um cerco e uma ameaça.
"O imperialismo norte-americano ousou se aproximar das costas venezuelanas", afirmou Padrino. "Estamos vendo eles. Não nos intimida a presença desses vetores", acrescentou.
"Denuncio diante do mundo essa situação que não deixa de ser uma provocação, mas também uma ameaça à nossa segurança nacional", disse.
O ministro não detalhou a localização dos caças, mas afirmou que pilotos de aviões comerciais os avistaram.
Quatro lanchas de supostos narcotraficantes foram bombardeadas por ataques americanos nas últimas semanas. A Venezuela afirma que o presidente dos EUA, Donald Trump, usa o narcotráfico como pretexto para tentar derrubar Maduro e tomar as maiores reservas de petróleo do mundo.
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Maduro respondeu a ação dos Estados Unidos com a mobilização de milícias e exercícios militares, como o realizado em 20 de setembro em La Orchila, no norte do país.
Ele mobilizou navios, helicópteros, aviões de caça e de transporte e veículos anfíbios, com 2.500 efetivos. O governo também fez simulações de emergência e treinou alistados da Milícia Bolivariana, um corpo militar com civis.
O presidente venezuelano afirmou ainda que tem pronto um decreto para declarar um estado de comoção exterior para ampliar seus poderes. O alcance do decreto não está claro. A medida nunca foi aplicada e poderia suspender garantias constitucionais.
Maduro adiantou também por decreto o início do Natal para 1º de outubro para defender "o direito à felicidade". Ele fez o mesmo em 2024 após protestos pós-eleitorais que deixaram 28 mortos e 2.400 detidos.
O governo iluminou prédios públicos e marcou o início da temporada com fogos, inclusive na sede do serviço de inteligência, o Helicoide, onde há presos políticos, segundo relatos.
Padrino apresentou balanço de operações contra o narcotráfico e anunciou a destruição de acampamentos atribuídos ao ELN e a dissidências das Farc.
"Estamos dispostos a defender nossa soberania, nosso espaço geográfico, diante de qualquer intruso", afirmou o ministro.
"Quem estiver operando por ali, narcotraficantes, saia do território venezuelano, vá delinquir em outro lugar", insistiu.
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